MULHERES E CIÊNCIA
Palavras-chave:
Mulheres, Ciência, Educação CientíficaResumo
Há pouco menos de dois séculos, as mulheres tinham participação restrita na vida pública, sendo relegadas somente aos espaços domésticos. Com levantes contraculturais, tais como a Primavera dos Povos, de 1848, o movimento das mulheres ganhou força; com ele, elas ganharam, paulatinamente, direitos políticos, à educação, à propriedade privada, ao divórcio, ao trabalho, etc. Interessantemente, ainda há um desequilíbrio na relação entre homens e mulheres em diversas carreiras. Tantos anos se passaram e facilmente são encontradas ocupações dicotomizadas entre masculinas (política, negócios, ciência) e femininas (domésticas, enfermagem, educação). Cientistas e acadêmicos, entre as décadas de 1950 e 1980, defendiam que essas diferenças se davam em virtude das naturezas tipicamente distintas de homens e mulheres. Ignoraram, é claro, determinados condicionantes sociais que pavimentam os caminhos de homens ou mulheres em diversas áreas da vida. Nesta palestra, apresentam-se dois tipos de segregação entre os gêneros e os comportamentos sociais (tácitos ou não) que os provocam, e suas consequências para o ingresso e manutenção das mulheres na atividade científica. A segregação horizontal se apresenta na forma da divisão desigual do trabalho doméstico, na violência sexual, nos controles da sexualidade, da feminilidade e da sexualidade feminina e na restrição ao acesso à educação. As mulheres que superam todos esses obstáculos e chegam à ciência sofrem ainda a segregação vertical, na forma de assédio (moral ou sexual), na progressão da carreira, que depende de sua vida doméstica, e nas diferenças de conduzir suas pesquisas. Esses tipos de segregação mostram que, antes de se concluir que homens e mulheres têm predisposições naturais para determinadas ocupações – a ciência inclusa – é necessário primeiramente promover verdadeira igualdade de gênero nos âmbitos mais básicos da vida social.
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