CONTROLE DE MAL-DO-PANAMÁ COM O USO DE SULFATO DE ZINCO
Resumo
INTRODUÇÃO
A banana (Musa sp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo e devido a isto, é importante o estudo de patógenos que prejudicam sua produção. Umas das doenças mais importantes por provocar a morte da planta e que preocupa os produtores é a murcha vascular conhecida como Mal do Panamá, causado pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Diversos trabalhos desenvolvidos, desde os mais antigos até os mais recentes testando zinco na inibição de fungos e bactérias, apresentaram resultados positivos contra estes organismos in vitro, como Babich & Stotzky(1978), e mesmo Borges-Peres et al. (1991) que demonstraram a eficiência da aplicação do zinco no controle do mal-do-panamá em bananais nas Ilhas Canárias. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, em vaso e à campo, a ocorrência e patogenicidade do fungo sob diferentes concentrações de ZnSO4.7H2O.
METODOLOGIA
Os tratamentos foram feitos com a diluição do ZnSO4.7H2O no meio ágar-água. Os tratamentos consistiram na testemunha, somente com o ágar e os demais com sulfato de zinco nas concentrações de 0,01mM, 0,1mM, 1mM, 10mM, conforme metodologia de Babich & Stotzky (1978). A incubação ocorreu durante 7 dias à temperatura de 25°C. As avaliações foram realizadas pela medição do diâmetro micelial com paquímetro, no sétimo e no décimo dia após a submissão aos tratamentos.Cada placa de Petri constituiu uma unidade amostral, com três repetições, totalizando 18 amostras, em Blocos Inteiramente Casualizados. Este experimento foi repetido 2 vezes para confirmação dos resultados. Para a fase em vaso, foram plantadas mudas da cultivar ‘Prata’ em vasos de 8 litros, com 4 repetições, totalizando 20 vasos. Os tratamentos foram realizados aplicando-se o ZnSO4 na superfície do solo. Posteriormente o fungo foi inoculado no solo e aguardou-se a expressão dos sintomas, para a quantificação da incidência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após as avaliações da fase in vitro e tomadas as médias de cada tratamento, observou-se que os tratamentos puderam ser agrupados em três grupos distintos: o de menor concentração (0,01mM de ZnSO4.7H2O), que favoreceu o crescimento fúngico quando comparado com a testemunha e que estatisticamente não diferiu desta; o da segunda menor concentração (tratamento de 0,1mM), que reduziu consideravelmente o crescimento do micélio, em contraste com o primeiro grupo e, os tratamentos de maior concentração (1mM e 10mM), que apresentaram o mesmo resultado entre si, com a inibição total do crescimento do patógeno. Quanto aos resultados da fase em vaso e à campo, obteve-se grande dificuldade na manutenção das mudas, pois estas sofreram duas geadas intensas no mês de junho de 2012, e posteriormente com estresse hídrico causado pela falta de chuvas em dezembro de 2012, ocasionando a morte da maioria das mudas, consequentemente impossibilitando a quantificação de incidência da doença. Em pesquisa pelos estabelecimentos da região constatou-se que não há ZnSO4.7H2O em escala agrícola, tornando necessário uma pesquisa de mercado mais ampla para realização da fase à campo.
CONCLUSÃO
Com esses resultados pode-se inferir que o uso de ZnSO4.7H2O poderá se constituir em uma importante alternativa de controle do Mal do Panamá. Este estudo prosseguirá em sua segunda etapa, de testes em vaso em casa de vegetação, para evitar novos intempéries que possam inviabilizar a coleta de dados,e posteriormente à campo, caso haja sulfato de zinco disponível de forma viável.
REFERÊNCIAS
BABICH, H.; STOTZKY, G. Toxicity of Zinc to Fungi, Bacteria, and Coliphages: Influence of Chloride Ions. Applied and Environmental Microbiology, p. 906-914. 1978.
BORGES-PEREZ, A.; FERNÁNDEZ-FALCÓN, M.; BRAVORODRIGUES, J. J.; PÉREZ-FRANCES, J. F.; LOPEZCARRENO, I. Enhanced of resistence of banana plants (Dwarf Cavendish) to Fusariumoxysporiumf.sp.cubense by controlled Zn nutrition under field condition. Banana News-letter, v. 14, p. 24-26, 1991.
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