ESCOLA, EDUCAÇÃO BÁSICA E ANALFABETISMO ESTRUTURAL NO BRASIL: A NEGAÇÃO DA ESCOLA AOS TRABALHADORES
Palavras-chave:
Educação básica - Analfabetismo - Educação de Jovens e AdultosResumo
RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir a trajetória e a construção histórica do analfabetismo no Brasil, com vistas a debater sobre os programas e políticas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Utilizamos como metodologia o levantamento bibliográfico e documental, com base nos principais indicadores socioeducacionais do país. O artigo traz como problema central a ausência de políticas públicas efetivas de EJA, também como reflexo de toda uma estrutura educacional que continua produzindo analfabetos funcionais e absolutos. Consideramos que esse tema precisa ser encarado com mais efetividade pelo poder público e pelo estado brasileiro no intuito de assegurar a inclusão desses sujeitos analfabetos e semianalfabetos nos processos educativos. A negação da educação escolar para as classes populares/classe trabalhadora vem se constituindo como o modus operandi das elites em manter o controle hegemônico das massas, ora negando a escola ora oferecendo-a de forma precária, o que acaba fatalmente contribuindo para o deserto educacional que assola o país com índices de analfabetismo funcional e absoluto que ainda persistem. É nessa perspectiva que o presente artigo vem trazer provocações ao leitor acerca desses processos de dominação histórica através da educação. De outro modo, consideramos que só a educação de base, de qualidade e na idade certa, somada a um processo massivo de alfabetização, é que se constitui como determinante nesse processo de mudanças e inserção educacional.
Palavras chave: Educação Básica. Analfabetismo. Educação de Jovens e Adultos.
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