Aplicações da I.A. na Arquitetura e Construção Civil
Resumo
A inteligência artificial (I.A.), enquanto campo de estudos da área da ciência da computação, tem um longo histórico, remontando a trabalhos realizados ainda na década de 1950, destacando-se os trabalhos de Alan Turing. No entanto, a evolução das pesquisas sobre o tema passou por altos e baixos ao longo das décadas, impactada pela inconstância nos financiamentos estatais e privados, haja vista se tratar de atividade onerosa e baixo retorno, devido à reduzida capacidade de processamento e memória das máquinas, contexto que começou a se alterar por volta dos anos 1980/90, com a conjugação entre o surgimento de novas tecnologias mais potentes e o desenvolvimento de novos algoritmos, levando à ampla adoção de sistemas especialistas.
Atualmente, vivenciamos uma nova onda de interesse e investimentos na área da inteligência artificial, fruto dos recentes avanços na criação de algoritmos complexos, como as redes neurais profundas, “treinados” sobre enormes bancos de dados (big data), capazes de simular aspectos do comportamento, raciocínio e criatividade humanas, os chamados modelos de linguagem de grande escala (LLMs). O lançamento do ChatGPT, em 2022, pode ser considerado o marco desse novo boom da inteligência artificial, considerando o impacto cultural e comercial gerado por esse chatbot, capaz de formulações quase instantâneas de textos científicos, poemas, letras de música, programação ou qualquer outro domínio da linguagem humana.
A arquitetura e a construção civil também não ficaram incólumes a essa efervescência das novas tecnologias. Os LLMs da chamada inteligência artificial generativa (IAG) estão cada vez mais presentes como ferramentas importantes de trabalho de arquitetos e urbanistas, engenheiros, empreiteiros e demais profissionais da área, seja no levantamento das condicionantes do local da obra, nos projetos arquitetônicos e complementares, nos processos construtivos ou, mesmo, no pós-obra.